BLOG DO VICENTE CIDADE

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terça-feira, 13 de abril de 2010

Sobre a Divisão do Pará: Oportunidades ou Ameaças?

Sinceramente, a pressão exercida por lideranças paraenses pró Estado do Carajás para que a Câmara dos Deputados vote urgência na realização do plebiscito é completamente fora de hora. Mesmo sem entrar diretamente na questão de ser contra ou favor neste momento, o que julgo estar fora de rota é se concentrar num debate de abandono, quando a região está recebendo um dos maiores fluxo de investimento já realizado pelo governo do estado.


Com a implantação do Novo Modelo de Desenvolvimento, o Estado do Pará finalmente passou a ter uma visão estratégica e integrada de sua economia, possibilitando que a governadora Ana Júlia realize uma verdadeira revolução na forma como os investimentos chegam a cada região do estado, sendo estes pensados e articulados em função das suas características sócio-econômicas e quais as necessidades e gargalos que devam ser atacados para potencializar as ações governamentais.

Dentre as ações em voga podemos destacar as seguintes:

1- Recuperação da capacidade e credibilidade do estado como indutor e regulador da atividade econômica, com destaque para a estruturação da SEMA e do Ideflor;

2- Retomada dos investimentos nos Distritos Industriais, o que possibilitou a vinda ALPA para Marabá;

3- Criação de uma rede de C&T descentralizada, pensada a partir das três principais cidades pólos do estado, Belém, Marabá e Santarém;

4- Articulação junto ao Governo Federal para a criação das universidades federais no Oeste e do Sudeste do Pará;

5- Criação do NAVEGAPARÁ, programa que possibilita o uso de internet banda larga em diversas cidades do interior do estado, bem como tem possibilitado a implantação do maior programa de inclusão digital do país;

6- Maior programa de investimento em infraestrutura de água, esgotamento sanitário e habitação desconcentrada da capital do estado, através de recursos do tesouro estadual como contra partida de obras do PAC;

7- Implantação do maior programa social de treinamento e qualificação de mão-de-obra, com a criação do Bolsa Trabalho;

8- Criação de uma política de incentivo fiscais;

9- Articulação junto ao Governo Federal para que fosse realizado um conjunto de obras de infraestrutura no Estado como o asfaltamento da BR 163 e da Transamazônica, duplicação da Transamazônica no trecho que corta Marabá, Porto de Marabá, Eclusas de Tucuruí, Hidrovia Araguaia-Tocantins, UHE do Belo Monte, entre outras obras;

Esse conjunto de ações que são de extrema importância para que o crescimento dessas regiões possam se concretizar em patamares bem elevados, só são possíveis porque o estado tem feito uma gestão eficiente e articulada das políticas públicas para que ele próprio não se transforme no maior entrave ao seu crescimento, em que pese a burocracia e as vezes até corrupção da máquina pública.

Neste sentido, o que estou alertando é para o fato de que essas regiões estão tendo um grande surto de desenvolvimento e que, como nunca se viu antes, o estado está chegando e, bem ou mal, conseguindo dar respostas e essas demandas. Isto posto, cabe a reflexão se um estado em implantação terá, nesse momento, condições de dar essas respostas ao processo de crescimento econômico da região. Particularmente acho que não.

Portanto, apostar na criação de um novo Estado e na implantação de toda a sua máquina no momento em que a região começa a se estruturar, pode representar um grande custo de oportunidade para a região. O mais prudente agora é permitir que o governo possa ir resgatando essa histórica dívida social e conduza a região para um novo patamar de desenvolvimento.

Depois disso, o que vier será lucro...

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