A dúvida de Jader

No campo político nacional, a medida que a sociedade vai entendo que Dilma representa a continuidade do governo Lula, a resposta nas pesquisas vai sendo imediata. Embora outros dois institutos já indiquem que a candidata Dilma já tenha ultrapassado Serra nas pesquisas de intenções de voto, na pesquisa realizada pelo “resistente” Datafolha ocorre um empate técnico, mas ainda sim, demonstra que enquanto Serra despenca, Dilma cresce muito rapidamente. Na explicação do Datafolha, em virtude da aparição de Lula no programa partidário do PT, o que aliais é outro ponto positivo para Dilma, já que demonstra a força que Lula deverá exercer no processo.


Contudo, além dessa variável, outro elemento será fundamental para a definição do processo eleitoral, pois, o caráter de “plebiscito” que alguns analistas esperam, que eventualmente poderia resolver a eleição já no primeiro turno, pode ser rompido pela candidatura Verde de Marina Silva. Ou seja, Marina pode ser a fiel da balança no primeiro turno.

Todavia, independente do resultado eleitoral, sem menosprezar a candidatura de marina, essa estratégia Verde de colocar uma “terceira via” no processo eleitoral pode cumprir um papel importante político e partidário, pois trás para o debate a relevante pauta do Meio Ambiente e essa contribuição será decisiva não só na definição inclusive dos programas de governo dos demais candidatos, como também na imagem do partido findo o processo eleitoral.

Contudo, quando analisamos o cenário estadual, vemos que a estratégia de construção de uma terceira via local, não está amparada em nenhum debate qualitativo do processo eleitoral. A rigor, teríamos três candidaturas que fariam sentido político pelo respaldo eleitoral que apresentam, mas, como sabemos o deputado Jader, que dizem aparecer bem nas pesquisas eleitorais, não coloca essa possibilidade como prioridade. Nesse caso, outra questão a ser analisada, é a necessidade que o PMDB teria em apresentar, neste momento, uma candidatura própria como estratégia de crescimento partidário.

No meu entendimento, na recusa de Jader, outra candidatura do PMDB não contribuiria para esse eventual crescimento. Ou seja, uma terceira via aqui não acrescentaria nada, nem ao debate, nem ao partido. Pelo contrário, a força do PMDB seria posta em questão, já que dificilmente haveria unidade interna e certamente o partido chegaria rachado para a disputa.

Analisando com frieza, o deputado Jader sabe que o PMDB voltou a crescer após essa aliança com o PT, obtendo o maior número de prefeitos eleitos no estado, muitos deles graças a alianças municipais com o PT. Jader sabe ainda que, nesta eleição, o PMDB poderá fazer uma boa bancada de deputados federais e estaduais, emplacar o vice governador, negociar os espaços de governo e também se eleger Senador sem grande desgaste, já que a eleição de senador se polariza pela campanha a governador. Além é claro de ficar “bem” no cenário nacional, podendo posteriormente bancar “suas indicações” na esfera Federal.

Entretanto, todo esse ganho pode também se converter em derrota, caso o PMDB insista na tese da “terceira via derrotada”, isso inclusive tem colocado o PMDB em situação difícil, pois tem alguns poucos “orelhudos” que estão forçando essa barca furada.

A própria governadora já mandou recado para Jader, quando afirmou que tem sido procurada por diversos prefeitos do PMDB que dizem querer a aliança e que estarão com ela na eleição. Aliais, a governadora, para tentar facilitar a vida do deputado, voltou a procurá-lo, assim quem sabe, o deputado pode tomar a sua decisão alegando que a governadora o convenceu, sem parecer que ele esteja ficando sem saída.

Quem sabe !!