BLOG DO VICENTE CIDADE

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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Nova bancada do PT e a correlação de força interna do partido !!

O PT sai das urnas vitorioso, com a governadora Ana Júlia no segundo turno, com o companheiro Paulo Rocha cacifado com mais de 1,7 milhão de votos, com ampliação da sua bancada de deputados federais, com a maior bancada eleita para a Assembléia Legislativa do Pará. Isso demonstra que o PT, ao contrário do que boa parte da mídia prega, saiu fortalecido dessa eleição.
   
A nova composição da bancada petista para a legislatura que se iniciará no ano que vem, demonstra que, internamente, o partido terá também uma nova correlação de forças entre as suas tendências internas, isso porque a DS agora começa a ter um novo padrão de organização, nucleado por seus mandados parlamentares, e não mais por estruturas governamentais.

Sempre fiz neste blog, análises no sentido de que o governo, no caso a governadora Ana Júlia, não poderia ser entendida, na correlação interna do PT, como "cota" da distribuição proporcional dos espaços de governo entre as tendências, ou seja, pra mim não cabia o argumento de que a DS já tinha a própria governadora como um cargo.

Na disputa majoritária, por estratégia eleitoral, o partido lança o seu melhor quadro político para o momento e todos partimos unidos para a defesa deste projeto, independente da força interna desse "quadro" político. É por isso que, obtendo êxito, esse cargo majoritário não pode ser ententido como parte, mas como o todo.

Neste sentido, venho defendendo há bastante tempo nesse blog, a idéia de que são os mandatos propocionais populares que servem de "elo" de ligação entre o governo e o partido, no que diz respeito as suas estratégias de sustentação e governabilidade; e ainda, como elo articulador entre o governo e os movimentos sociais e também como interlocutores da sociedade e suas "demandas populares".

Cabe aqui esclarecer que não defendo e nem estou diminuindo a importância da participação popular no governo, nem do seu instrumento, no nosso caso o PTP, mas é importante entender que a construção da democracia direta é um processo que precisa de aprendizado e, como já escrevi aqui também, não pode se confrontar com os mandatos populares, o que, infelizmente, acabou ocorrendo com o PTP, que serviu mais para plataforma política do que para a efetiva organização social.

Isto posto, a bancada do PT agora tem a seguinte formatação:

1) Beto da AS;
2) Miriquinho da Unidade;
3) Puty da DS;
4) Zé Geraldo do PT pra Valer.

Na bancada estadual, sem considerar os votos do Luiz Rebelo, que pode entar no lugar do Alfredo Costa, a distribuição foi a seguinte:

1) Unidade (03): elegeu o deputado mais mais votado do PT, Chico da Pesca, que é ligado ao Miriquinho, manteve sua hegemonia no Oeste do Pará com o Zé Maria, que era prioritário do Carlos Martins e o Alfredo Costa, ligado diretamente ao Paulo Rocha, em termos numéricos manteve sua bancada.

2) PT pra Valer (03): reelegeu seus três deputados Ganzer, Bernadete e Airton, todos unificados em torno do Zé Geraldo, com isso a tendência deu um exemplo de como é possível dividir votos sem "canibalismo eleitoral", assim, pode-se dizer que ampliou sua bancada, já que o Airton era suplente em exercício.

3) AS (02): reelegeu o deputado Bordalo com grande votação e elegeu o "novato" Milton Zimmer, ocorre que Milton tem grande ligação com o prefeito da DS Darci, de Parauapebas, resta saber com quem ele irá se articular, a princípio, entra na conta da AS.

4) DS (01): elegeu o Prof. Edilson Moura e ainda tem a primeira suplência da coligação, que foi conquistada pela companheira Suely, sendo provável, com Ana Júlia reeleita, que assuma uma vaga.

Portanto, ao meu ver, as forças internas do partido se aproximaram e isso trará maior benefício ao PT, já que o diálogo terá que ser mais intenso doravante.

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