BLOG DO VICENTE CIDADE

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segunda-feira, 14 de março de 2011

O cúmulo do fisiologismo !!

Leiam no Blog Franssinete Florenzano - Belém - Pará sua postagem (inclusive seus 40 comentários) sobre a vergonhosa matéria publicada pela revista Isto É que denuncia a farra que os tucanos fazendo no estado.

Isso serve para mostrar, para quem ainda tinha dúvida, que a eleição do Jatene sempre representou a opção do conservadorismo do estado pela manutenção do seu "Status quo". A aliança conservadora que foi formada tinha como tarefa combater não só o PT, mas principalmente as mudanças no "estado de arte" da forma como as "elites" se apropiam do Estado.

Fica aí evidenciado não só a prática do nepotismo cruzado, mas a teia de relacionamento que se formou entre os entes públicos, que coloca em xeque a autonomia dos poderes e seus respectivos deveres. O que se tem na realidade é a formação efetiva de uma rede de interesses com fins privados.

É muito importante que a blogosfera repercuta esse assunto, pois sabemos que a imprensa local faz parte dessa "teia" e nada dirá sobre o assunto.

Leiam abaixo a postagem da Franssinete.

Escândalo parauara



“Quando assumiu o governo do Pará, o governador Simão Jatene (PSDB) enviou mensagem à Assembleia Legislativa alertando para o rombo nas contas do Estado, anunciou o enxugamento da máquina e demitiu mais de mil assessores da gestão anterior. O que era para virar um exemplo de boa gestão, no entanto, ameaça tornar-se um escândalo. Em dois meses, a fim de acomodar interesses de diferentes setores, Jatene já deu posse a 450 novos assessores especiais, entre familiares de deputados aliados, de membros do Judiciário e de empresários amigos. O cúmulo do fisiologismo foi a entrega a Jatene de uma lista com a indicação de parentes de 12 desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, que tem o poder de decidir sobre intervenção federal e pagamento de precatórios. A farra foi tanta que a OAB do Pará vai pedir ao Conselho Nacional de Justiça abertura de investigação sobre as nomeações do TJ. “Trata-se de um fato gravíssimo. Uma prática generalizada de nepotismo cruzado, uma troca de favores espúria”, afirma o presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos.


Até agora, a OAB já confirmou as nomeações de parentes de quatro juízes. É o caso, por exemplo, de Rosa de Fátima Queiroz das Neves, que vem a ser a mulher do desembargador Cláudio Augusto Montalvão Neves. Nomeada para o cargo de assessora do gabinete do governador, Rosa receberá salário de R$ 4 mil. Montalvão, por sua vez, já empregava no próprio gabinete a nora do governador, Luciana Lopes Labad Jatene. Na mesma linha, foram nomeadas as irmãs Karla Karime e Kamille Kelly Vasconcelos Guerreiro, filhas do desembargador Constantino Augusto Guerreiro, além de Lindalva Gonçalves de Araújo Nunes, ex-mulher do desembargador Rômulo José Ferreira Nunes, que foi presidente do TJ-PA.


Por nota, o governo do Pará deu uma explicação quase enigmática para justificar a nomeação de tantos parentes: “As relações de parentesco não são critério para a inclusão de profissionais na estrutura de governo, e a exceção dos casos de nepotismo, tampouco, para exclusão.” A bancada do PT na Assembleia Legislativa tem um projeto de lei para limitar a prática de nomeações, que começou em 1994 com o governo tucano de Almir Gabriel e seguiu anos a fio. Acontece que a própria Ana Júlia chegou a ter 1.500 assessores especiais, inclusive parentes de alguns desembargadores. Com telhado de vidro, será que a oposição terá interesse real em acabar com essa farra?”





(Matéria publicada na revista IstoÉ que está nas bancas).

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