BLOG DO VICENTE CIDADE

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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sem Noção !!!

A Câmara Municipal de Belém realmente não tem mais o que fazer.

O apetite de alguns vereadores por "homenagear" personalidades por interesses de caráter duvidosos é tão grande que causa espanto até aos mais atentos.

Depois do escritor marajoara Dalcídio Jurandir ter sido vergonhosamente preterido à justa homenagem que lhe fora feita pela ex governadora Ana Júlia, com a sumária retirada do seu nome da avenida construída pelo programa Ação Metrópole, agora quem começa a sofrer as mesmas ameaças são as tribos indígenas que secularmente empréstam seus nomes a um dos mais tradicionais bairros da cidade.

Essa privatização de homenagens precisa ter fim, se essa moda pega, logo teremos nossos logradouros contando não mais a história da cidade e de seus partícipes nos diversos segmentos sociais, para dar lugar a história daqueles que contribuem com as campanhas eleitorais, passando a refletir também nessa questão, o poder político/econômico dos homenageados e não mais o verdadeiro mérito e contribuição ao desenvolvimento da cidade. 


Essa mudança do nome ocorrida na Rua Apinagés, para dar lugar a um supermercadista da cidade, não só é um insulto a cultura da cidade e do bairro, como também demonstra a pequenês de espírito da casa legislativa local. Uma vergonha.

A esse respeito, leiam essa excelente postagem no Blog Franssinete Florenzano - Belém - Pará

Conduta vergonhosa



A Travessa Apinagés - como há mais de século era chamada aquela artéria do bairro do Jurunas, em Belém do Pará - virou Travessa Jerônimo Rodrigues, que é o nome, vejam só, do fundador do grupo supermercadista Líder.
E sabem de quem foi a indecente iniciativa? Do quase ex-vereador Gervásio Morgado, claro. Quem mais haveria de jogar no lixo a nossa memória histórico-cultural, a fim de bajular alguém cuja família lhe interessa agradar? Ah, mas também não devemos esquecer que, para tal aberração ser aprovada, houve o consórcio de outros vereadores que mostraram o quanto desprezam os bravos antepassados parauaras. A maioria votou a favor, e o prefeito CO2 sancionou. Confirmam assim que merecem ser enxotados todos da vida pública ano que vem, através das urnas.
Extirparam a homenagem que a capital do Estado prestava aos diversos grupos indígenas que foram a base étnica - misturada depois com europeus, africanos, asiáticos - formadora da nossa população.
A nação jurunense é um dos poucos bairros de Belém que têm uma identidade tão própria, forjada no nascer-morar-viver-morrer no meio dos Munduruku, Pariki, Apinayé, Karipuna, Tamoyo, Timbira, Tupinambá...
Usurparam o direito cidadão de consulta sobre mudança tão despropositada, espoliaram a identidade indígena de quem nasceu e se criou no local.
Admiro-me da família do homenageado em aceitar essa vergonhosa permuta. Daria grande demonstração de dignidade e paraensismo se recusasse a troca e exigisse o retorno da antiga denominação.
Quem quiser ficar calado e se omitir, que não reclame depois. Eu jamais desistirei de denunciar esse comportamento vergonhoso dos que têm obrigação de respeitar e preservar a nossa História. Além desta e de todas as tribunas que me forem acessíveis, irei às ruas, ano que vem, alertar para o perigo que esses indivíduos representam com mandato. Vendilhões da Democracia, execradores da História, estelionatários eleitorais. Que sumam da vida pública!

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