BLOG DO VICENTE CIDADE

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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Projeto Nacional - Mudança no catastrofismo: sai inflação, entra estagnação


Embora o catastrofismo da imprensa econômica já não se expresse nas previsões de uma inflação explosiva, ele continua dominando as páginas de nossos jornais.

Agora, como todos percebem, com previsões de crescimento muito baixo ou até estagnação da economia brasileira.

O Estadão quase chega a comemorar a sugestão de que os indicadores da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que assinalam para o Brasil uma queda de 7,9% no nível de atividade econômica em outubro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, sublinhando que “só a Índia teve uma recuo porcentual maior do indicador, de 8,7%. Entre todos os membros da zona do euro, houve uma queda de 5,1% em bases anuais”.

Ora, uma comparação exdrúxula, pois há um ano a Europa já vinha “mal e mal”, enquanto o Brasil “bombava”. Portanto, quem perde menos, quando tinha menos vai ficar atrás de quem perdeu mais em um mês mas que vinha “nadando de braçada”. Tanto é assim que nosso PIB vai crescer e o europeu, com sorte, fica perto do zero.

É claro que a política restritiva adotada nos primeiros oito meses do ano pelas autoridades econômicas foi, ainda que tachada de imprudente, exageradamente conservadora e focada em demasia em um único fundamento econômico, a inflação. É uma verdade inescondível que aqui se pisou no freio e, ao que tudo indica, com força demais.

Mas ilude-se quem acha que a impulso de expansão da economia brasileira extinguiu-se.

O brasileiro segue confiante e pronto para aproveitar as oportunidades de consumo e investimento em qualidade de vida.

A simples redução do IPI na linha branca (fogões, lavadoras e geladeiras) já provocou um incremento de até 30% nas ventas em alguns grandes magazines, e está promovendo contratações “fora de época” em empresas como a Multibrás, detentoras da marcas Consul e Brastemp.

As vendas de papelão ondulado, usados em embalagens e mais sensível termômetro das encomendas do varejo, teve um aumento de 4,4% em novembro, frente ao mesmo mês em 2010.

O mercado imobiliário, não apenas com os programas de habitação, teve uma expansão de 25% este ano no Rio de Janeiro.

E com uma característica: quase 40% dos lançamentos foram comerciais – salas, escritórios, lojas – o que é um indicativo excelente de otimismo econômico de seus compradores, interessados em iniciar ou ampliar uma atividade econômica.

Se o governo brasileiro forçar a mão na concessão de crédito mais farto e barato pelo sistema bancário público e soltar um pouco as amarras do investimento, uma reaceleração da economia fatalmente ocorrerá já no primeiro trimestre de 2012, embalada em muito pelo aumento do salário-mínimo.

Mas isso exige uma coragem não muito comum neste meio dos gestores financeiros.

Como vocês se recordam, em 2009, Lula teve de sair brigando publicamente para que os bancos reduzissem os juros e as grandes empresas não auto-alimentassem uma retração econômica por aqui.

Quem viveu as últimas décadas sabe que não há pior inimigo do desenvolvimento econômico que o conformismo com a crise.

Por: Fernando Brito

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