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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

G1 - Na posse, nova ministra lembra prisão ao lado de Dilma na ditadura - notícias em Política

G1 - Na posse, nova ministra lembra prisão ao lado de Dilma na ditadura - notícias em Política

Na posse, nova ministra lembra prisão ao lado de Dilma na ditadura
Eleonora Menicucci substitui Iriny Lopes nas Secretaria das Mulheres. Ela foi aplaudida de pé ao mencionar 'os que tombaram durante a ditadura'.
Nathalia Passarinho e Priscilla MendesDo G1, em Brasília
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A presidente Dilma dá posse a ministra Eleonora Menicucci (Foto: Roberto Stuckert / Presidência)A presidente Dilma dá posse à ministra Eleonora
Menicucci (Foto: Roberto Stuckert / Presidência)
A nova ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, lembrou em seu discurso de posse o período da ditadura militar quando ficou presa na mesma cela em que a presidente Dilma Rousseff no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ambas eram militantes de esquerda.
Professora titular de saúde pública na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Eleonora foi escolhida para substituir Iriny Lopes, que sai do governo para disputar pelo PT, na eleição deste ano, a Prefeitura de Vitória (ES).
"Nossas trajetórias, presidenta Dilma, [...] se entrelaçaram quando ainda jovens éramos. Fomos presas, torturadas, vivemos na mesma cela. Tivemos um engajamento que nos ensinou a lidar com as adversidades e a nunca nos omitir diante das situações", disse Eleonora do discurso de posse.
Ela contou que foi abraçada por Dilma quando chegou à prisão. "Quando cheguei ao presídio Tiradentes a senhora me abraçou com afeto."
Quase ao final do discurso, a ministra foi aplaudida em pé ao homenagear os "jovens que tombaram durante a luta contra a ditadura". Após citar os nomes de colegas que morreram durante a ditadura militar, a ministra afirmou: “Lutar e viver com dignidade vale a pena.”
Lei Maria da Penha
A nova ministra também comentou decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, nesta quinta-feira (9), autorizou o Ministério Público a denunciar o agressor nos casos de violência doméstica contra a mulher, mesmo que a vítima não apresente queixa contra quem a agrediu.
"Hoje, a noção de que não se pode bater em mulher está amplamente assimilada. [...] Ontem, a vitória no STF representou um marco histórico na vida das mulheres brasileiras."
Eleonora disse que "não se pode aceitar que ainda hoje as mulheres sejam objeto de qualquer forma de violência, que sejam estupradas e assassinadas por seus próprios companheiros".
Aborto
Ao ser indicada para assumir o comando da Secretaria de Política para Mulheres, Eleonora - que já teria defendido o aborto em tempos passados - disse, em entrevista coletiva, que o aborto "é uma questão de saúde pública". No discurso de posse, ela não falou objetivamente sobre legalização do aborto, mas defendeu que as mulheres não podem ter "seus direitos reprodutivos e sexuais desrespeitados."
Na cerimônia de posse, a presidente Dilma discursou e afirmou que a nova ministra vai seguir a orientação do governo em suas atribuições na pasta.
Disse ainda que é preciso ampliar as políticas de segurança, da saúde e da Justiça "tornando o atendimento e o serviço mais acessíveis, céleres e respeitosos com as mulheres".
"Não se pode aceitar ainda hoje, quando temos uma mulher no mais alto cargo do Executivo brasileiro e outras tantas mulheres em posição de decisão, que mulheres sejam vistas como meros objetos sexuais."
Mercado de trabalho
Eleonora Menicucci disse ainda que dará "atenção especial" às trabalhadoras domésticas e que vai trabalhar para retirar as mulheres da miséria.
A ministra disse também que as mulheres que trabalham têm hoje uma "responsabilidade" desproporcional em relação aos homens. "É necessário não desprezar que na divisão sexual do trabalho as mulheres permanecem com uma responsabilidade árdua, desproporcional."
Eleonora defendeu "mudanças relativas à remuneração, segurança sexual, acesso saúde, partilha das responsabilidades e busca da paridade nesse processo."
Perfil
A nova ministra Eleonora Menicucci é graduada em ciências sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestre em sociologia pela Universidade Federal da Paraíba e doutora em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP).
Na USP, Eleonora também obteve o título de livre docente em saúde coletiva. Fez pós-doutorado em saúde e trabalho das mulheres na Facultá de Medicina della Universitá Degli Studi Di Milano, na Itália.
Na Unifesp, é professora titular em saúde coletiva e atua principalmente com os temas direitos reprodutivos e sexuais, saúde integral da mulher, envelhecimento, violência de gênero, aborto, direitos humanos, autonomia, avaliação qualitativa e políticas públicas de saúde.
É filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT), mas, segundo informou a SPM, não participa do dia-a-dia do partido. Natural de Lavras, Minas Gerais, tem 68 anos, é divorciada, tem dois filhos – Maria, de 42 anos, e Gustavo, de 37 – e três netos - Stella, João e Gregório.
Segundo assessoria, a nova ministra “cultiva a imagem de pesquisadora feminista com visão política independente”.
Ex-ministra
Iriny Lopes, que deixou o cargo, agradeceu em discurso à presidente Dilma Rousseff por pertencer "ao primeiro escalão de um governo que dá prosseguimento a um projeto que muda a face do país".
"Agradeço a confiança, agradeço a sustentação, agradeço a maneira com que eu fui convidada e recebida no seu governo, a maneira como a presidente me convenceu a aceitar dizendo que nem todos os desafios ainda nos foram colocados. [...] Foi isso que me deu força e coragem para aceitar esse desafio”, disse.
Ela também agradeceu aos representantes de movimentos sociais que lotaram a plateia da cerimônia de posse de Eleonora Menicucci, e chegou a se emocioar ao mencionar a equipe com a qual trabalhou na secretaria.
"Nós não podemos viver sem uma causa. Todos nós escolhemos uma causa pela qual viver e vocês escolheram buscar a dignidade e igualdade para as mulheres."
Iriny voltou a comentar a decisão do Supremo sobre a Lei Maria da Penha. Na quinta, após o julgamento, ela disse que a decisão era "vitória das famílias."
"Coincidência feliz de ontem estarmos no tribunal e ganharmos - uma por unanimidade e outra por nove a um - a possibilidade de mulheres darem passo decisivo na superação da violência. "
O Supremo julgou nesta quinta duas ações propostas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva com o objetivo de garantir a aplicação da lei para coibir a violência doméstica.

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