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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Solução da Celpa pode incluir intervenção--fonte | Negócios | Reuters

Solução da Celpa pode incluir intervenção--fonte | Negócios | Reuters
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012 18:46 BRT
Por Leonardo Goy

BRASÍLIA, 29 Fev (Reuters) - A solução da Celpa, distribuidora de energia do Pará controlada pelo Grupo Rede Energia, pode passar por um processo de intervenção federal seguido de relicitação da empresa, disse à Reuters nesta quarta-feira uma fonte do governo.

Segundo a fonte, que pediu anonimato, essa solução é preferível à hipótese de a estatal Eletrobras assumir o controle da Celpa. "A Celpa é uma empresa de mercado, então a solução tem de ser de mercado."

A Celpa informou na terça-feira que entrou com pedido de recuperação judicial. A empresa tem um dos piores desempenhos da Rede Energia.

Outra fonte ligada à Eletrobras disse também nesta quarta-feira que sob a ótica empresarial não haveria interesse em socorrer a Celpa. A holding, no entanto, já possui uma participação de 34 por cento na empresa paraense.

Na terça-feira, o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, chegou a afirmar que a entrada da estatal na Rede Energia, cujo controle foi colocado à venda, dependeria de decisão do governo federal. O executivo não fez comentários específicos sobre a Celpa.

A fonte do governo lembrou que em janeiro a Eletrobras assumiu o controle da distribuidora Celg, que também passava por crise, mas que se tratava de uma empresa estatal, controlada pelo Estado de Goiás. "Uma coisa é uma estatal estadual e outra é uma empresa privatizada que já foi leiloada."

Segundo a fonte, caberá agora à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidir tecnicamente se haverá intervenção federal na Celpa.

Se essa for a decisão, a solução seria semelhante à adotada pelo governo com a Cemar, distribuidora de energia do Maranhão. Privatizada em 2000, a Cemar passou por problemas financeiros até a Aneel decretar intervenção em 2002. A própria agência coordenou o processo de alienação da empresa, que é controlada pela Equatorial Energia.

Procurada, a Aneel informou que o pedido de recuperação judicial dá à Celpa prazo de 60 dias para apresentar um plano à Justiça. Se ele não for aceito e a falência for decretada, o processo pode culminar na extinção da concessão.

CENÁRIO INCERTO

A agonia da Celpa acontece em meio ao processo de venda de 54 por cento da Rede Energia pelo acionista controlador, o empresário Jorge Queiroz Jr.

AES e State Grid chegaram a manifestar interesse, mas desistiram do negócio, segundo fontes. A CPFL Energia, por sua vez, não teria interesse em todas as distribuidoras da Rede Energia.

Qualquer movimento para resgatar Celpa ou Rede Energia por parte da Eletrobras seria negativo para a estatal federal, disseram os analistas Francisco Navarrete, Tatiane Shibata e Giovana Siracusa, do Barclays.

"Mesmo se a transação não destruir valor para a Eletrobras, ela aumenta o risco ao potencialmente adicionar ativos de distribuição, os quais a Eletrobras não tem conseguido recuperar", afirmaram em relatório.

A Celpa tem uma dívida líquida de cerca de 2 bilhões de reais, segundo o Barclays, enquanto a Rede Energia como um todo tem um dos endividamentos mais altos do setor elétrico, com uma dívida líquida de cerca de 6 bilhões de reais.

O melhor cenário seria a venda da Celpa após o processo de recuperação judicial e a redução da dívida, segundo a analista Lilyanna Yang, do UBS, em relatório.

"Esta é uma melhor solução para o setor elétrico brasileiro, na nossa visão, considerando que a Celpa seja comprada por companhias de qualidade como CPFL Energia, Cemig ou Equatorial Energia. Sem um corte de dívida, no entanto, não vemos valor patrimonial significativo na Celpa", comentou ela.

(Reportagem adicional de Anna Flávia Rochas, em São Paulo)

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