Procurador e Relator não sabiam a origem do dinheiro. Na dúvida, formação de quadrilha e peculato.

Barbosa questiona advogado de ex-diretor do BB sobre dinheiro do valerioduto

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DE SÃO PAULO

Relator do processo do mensalão, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa fez uma série de questionamentos à defesa do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, sobre a possível utilização de recursos públicos no esquema denunciado pelo Ministério Público.

Foi a segunda vez que um ministro do STF faz perguntas a algum advogado durante o julgamento. Ontem, José Antonio Dias Toffoli questionou um advogado de um dos réus do Banco Rural.

Na tarde desta quinta-feira, sexto dia de julgamento, Barbosa perguntou inicialmente se o Banco do Brasil participava do fundo Visanet, que repassou mais de R$ 73 milhões a uma agência do publicitário Marcos Valério, apontado como o operador do mensalão. O advogado de Pizzolato, Marthius Lobato, respondeu que o banco era acionista do fundo, com 4/11 do sistema diretivo, mas que a participação não inclui o aporte direto de recursos públicos.

O ministro, então, questionou da onde sai o dinheiro do fundo e Lobato explicou que os recursos saem de um percentual daquilo que os clientes gastam com seus cartões do Banco do Brasil com a bandeira visa.

Joaquim Barbosa insistiu perguntando quem decidia repassar o dinheiro do fundo Visanet para a agência de Valério. Segundo o advogado, tratava-se de um comitê de marketing. "Henrique Pizzolato jamais fez essa determinação?", rebateu Barbosa. "Jamais, pois ele não era responsável", finalizou Lobato.